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                          Educação

Laira Saldanha Guimarães

 

É de conhecimento e consenso de todos que as escolas públicas nas últimas décadas, decaíram muito em relação à qualidade. Todas as partes da sociedade sofrem constantemente, com crises e a Educação não é exceção. O "deficit" econômico causado pela crise interfere diretamente na qualidade do ensino proporcionado pelas escolas, o processo evidencia-se entre as instituições públicas. O desinteresse dos alunos, a falta de condições de trabalho para os professores juntamente com os baixos salários, são alguns dos motivos que, na maioria das vezes, impedem que o nível destas instituições, progrida. E nosso IFG, não é poupado de tais eventualidades.

 

O IFG – Campus Goiânia,possui problemas quanto às condições de trabalho, sentida não só pelos nossos professores, mas também por nós, alunos. Salas com goteiras, portas e cadeiras quebradas, ventiladores sucateados e ar condicionados do século passado são simplesmente negligenciados. Isso representa apenas uma pequena parte do problema. Materiais, tais como esquadros, régua paralela, escalímetro, compasso, que deveriam estar à disposição dos alunos, tanto para as aulas quanto para os estudos em outras situações, estão em condições precárias, e alguns deles não existem em quantidade suficiente para todos.

 

Apesar de o instituto receber verba, muitas vezes não é suficiente. Talvez, seja por causa da crise econômica que nosso país está vivenciando em 2014, ou porque os recursos não são investidos corretamente. O que sabemos ao certo é que estas condições mínimas não estão sendo fornecidas como deveriam, e não tem como esperar que a solução viesse de mão beijada. Diversas greves são organizadas, como a que aconteceu neste ano em nosso campus, e apesar de ter durado três meses não trouxe nenhuma melhora perceptível (nem ao salário dos professores), muito menos na estrutura dos institutos (não só o nosso, mas vários passam por isto). Há falta de profissionais de ensino, salas adequadas, técnicos e materiais.

 

Não significa que todos estes problemas sejam responsabilidades somente do Instituto, pois quem utiliza tais salas e materiais são os alunos e os professores, que muitas vezes acabam danificando estes patrimônios públicos. Mas todos os materiais têm tempo de vida útil e vários deles já ultrapassaram o prazo de validade, devendo ser repostos após determinado tempo. Deveria haver palestras sobre como utilizar os materiais e a importância de usá-los corretamente, conscientizando todos os que utilizam patrimônio público.

 

Tomemos como exemplo a Aula de Desenho Básico, a qual meus colegas e eu frequentamos como parte de nossa grade curricular no primeiro ano de Edificações. Lidamos com pranchetas com o plástico que as encapa descascado e pés mancos, cadeiras quebradas, réguas paralelas pequenas ou grandes demais para as pranchetas, ou senão empenadas, compassos sem grafite ou agulha; e não há o suficiente para todos os alunos usarem na mesma aula. Além disso, ficamos cerca de quinze minutos em fila na porta da Central de Desenho para pegar os materiais. Muitos chegam atrasados para a aula e apesar de não sermos repreendidos por isto, estamos perdendo parte da aula e sendo prejudicados.

 

No início do ano fomos comunicados que o Departamento estava tentando organizar um kit de materiais para cada aluno. Este seria distribuído e, no final do ano, deveria ser entregue de volta ao Instituto. Um projeto bastante astuto que representava uma solução para parte de nossos problemas, porém não funcionou. Entretanto, não podemos desistir, temos que encontrar outras formas de resolver esta, e outras adversidades. Mas como?

 

É assegurado conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA:

“A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho (...)” – ECA, Capítulo IV, Art. 53.

“VII – atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.” – ECA, Capítulo IV, Art. 54.

 

Como podemos ver, a Educação é um dos direitos básicos do ser humano, e estes são protegidos tanto pela Constituição quanto pelo ECA, devem ser respeitados e cumpridos, com qualidade e excelência.

 

São muitos os problemas pelos quais a sociedade passa, e a Educação é sempre afetada, mas não podemos esperar que as coisas resolvessem por si só, pois a probabilidade disto acontecer é praticamente nula, temos que agir de alguma forma. (organizando manifestações, abaixo-assinados ou greves.) Não podemos deixar que nossa educação, nossas escolas sejam sucateadas.

O cotidiano dos alunos de edificações

Gerlane de Jesus Pemba

 

Nos primeiros anos do curso técnico em Edificações, os alunos do ensino médio encontram muitas dificuldades na matéria de desenho básico e, como a turma possui muito alunos, dificilmente o professor responsável consegue sanar todas as dúvidas, atrasando assim o andamento do conteúdo proposto, além de refletindo claramente nas notas dos alunos. Mesmo com a monitoria de Desenho Básico, específica para quem encontra dificuldades e necessita de ajuda para o uso correto de materiais e das normas, seria recomendável que os alunos pudessem praticar, com mais frequência, as técnicas de desenho em casa. Porém os instrumentos são caros e poucos possuem uma situação financeira viável para a compra deles.

 

O instituto oferece materiais gratuitos, mas os estudantes enfrentam diariamente a precariedade dos mesmos. Pranchetas descascadas, esquadros imundos e quebrados, réguas-paralelas empenadas impróprias para uso, compassos sem grafite ou agulha e, ainda por cima, insuficiência dos materiais. Essa desorganização foi uma surpresa para todos os alunos novatos, que esperavam muito mais de uma instituição de ensino como o IFG.  A situação do curso técnico em edificações não é das melhores. Alunos realmente interessados em estudar encontram-se quase sem recursos para isso. Um abaixo-assinado já foi organizado pelo primeiro ano de edificações na esperança de que haja uma melhora significativa, até o momento sem resposta.

 

Espera-se que desde já as melhorias comecem, para que alunos que anseiam pelo aprendizado na área da construção civil possam, enfim, ter um ensino de qualidade, conforto nas salas de aula e satisfação garantida. E que esses avanços sejam propiciados já para a próxima turma que está prestes a ingressar no IFG.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Edificações

Carlos Fillipe Santos de Freitas

 

Nas últimas décadas, a área da construção civil tem crescido em larga escala. Com o crescimento dessa área, houve uma demanda maior por mão de obra especializada e com isso, os cursos voltados para esta área têm se desenvolvido tecnológica e economicamente bem.


Os cursos de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo e técnico em Edificações são a prova de como o mercado de trabalho se desenvolveu a notar pelo crescimento de faculdades que formam estes profissionais, a procura aumentou sendo assim a especialização tornou-se mais criteriosa.


O curso de edificações proporciona aos profissionais inúmeras técnicas, como: desenho de plantas baixas, plantas hidráulicas e elétricas, cálculo estruturais, orçamento e fiscalizações de obras de acordo com normas técnicas regidas pelo CREA. Possibilitando uma rica área de atuação, podendo atuar tanto na mão de obra como na parte mais administrativa, desde que possua uma formação adequada.

 

O técnico em edificações, indiretamente, pode trabalhar com cálculo estrutural, empresas energéticas, construções hidráulicas, móveis planejados, entre inúmeras outras ocupações.

Construção civil x Sustentabilidade

Artur Garces Gomes

 

O aumento populacional deve atingir cerca de 9,6 bilhões de habitantes em 2050; vinculado à ampliação do poder aquisitivo de grande parte da sociedade e a programas sociais que facilitam a compra da casa própria contribuem para a expansão da demanda por imóveis. Nesse contexto, a construção civil ganha grande destaque no cenário mundial, resultando em técnicas de construção inovadoras que vem sendo aperfeiçoadas a cada ano, para que este ramo possa atender às necessidades da população mundial.

 

Mas este rápido avanço tem acarretado diversos problemas nos âmbitos social e naturais. A polêmica que envolve a preservação da natureza e o avanço tecnológico é amplamente abordada na atualidade. A dificuldade encontra-se na implantação de práticas sustentáveis frente ao desenfreado crescimento populacional, que consistem, principalmente, na preservação do meio ambiente e na redução do consumo energético e dos resíduos gerados durante a construção. Entra em pauta o papel e a atuação do Engenheiro diante das questões ambientais. Uma pesquisa realizada pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) indica um acréscimo de cerca de 5% nos gastos em um processo de uma construção sustentável. Em contra partida, indicam também uma economia de 30% a médio e longo prazo nos gastos com água e energia.

 

O setor da construção civil é responsável pela maior parte do consumo de madeira nativa no Brasil. O consumo consciente de madeira por parte das empresas de construção contribui significativamente para a preservação dos recursos florestais. Algumas medidas estão sendo propostas com relação ao uso sustentável da matéria-prima, entre elas promover o uso comedido de espécies que causem menor impacto ambiental e optar por outras que possam substituir as mais cobiçadas pelas construtoras.

 

Os estudos em relação à economia e reaproveitamento de água também estão integrados na construção civil. Entre as ações mais importantes, destaca-se a implantação de sistemas de coleta de água das chuvas e seu armazenamento em um reservatório na edificação. Outra questão a ser salientada é a burocracia excessiva envolvida nas construções. Atrasos referentes a licenças ambientais elevam ainda mais o valor final de um imóvel novo no Brasil, e quem arca com essa taxa extra é o proprietário interessado na casa própria. Além de acrescentar um custo extra para a sociedade e de atrasar a entrega das obras, a burocracia desnecessária inviabiliza a aplicação de novas tecnologias nas obras, entre elas as que estão envolvidas com a sustentabilidade.

 

Uma postura voltada para o desenvolvimento sustentável na construção civil representa um lucro tanto para o orçamento de uma obra quanto para a natureza. Sendo assim, uma legislação clara e uma desburocratização são fundamentais para que a área da construção civil torne-se cada vez mais preocupada com as necessidades do mundo.

Turma de Edificações 1 na aula de Desenho Técnico

 

Foto por: Matheus Silva Rodrigues

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